O ano anterior trouxe mudanças sem precedentes não só para a indústria da arte, mas para o consumidor em geral. Após o caos de 2020 desencadeado pelo Covid19, havia grandes esperança para o ano seguinte. A verdade é que os eventos presenciais voltaram, mas sempre incorporando as distâncias exigidas devido à pandemia. Em 2021, o reino dos NFTs, baseados em criptografia, dominaram a atenção de todos e sinalizaram esperança para o futuro da Arte. As vendas online das maiores leiloarias como Sotheby's, Christie's e Phillips alcançaram um crescimento exponencial em comparação aos anos anteriores. Houve um aumento nas vendas e na confiança nas operações - conforme a confiança na tecnologia cresceu, impulsionada pela necessidade - e uma demografia cada vez maior de compradores com idades inferiores aos 40 anos, bem como um aumento de novos colecionadores de arte. Descubra neste artigo quais foram as maiores tendências em 2021.
1. Bordalo ll
O artista português Artur Bordalo (1987), conhecido como Bordalo II, ficou famoso por usar o lixo das ruas para criar esculturas de animais deslumbrantes, com o propósito de alertar as pessoas sobre a poluição e todos os tipos de espécies que se encontram ameaçadas de extinção. A partir da street art desenvolveu a sua prática, evoluindo para o que hoje é considerado de «trash art». A paixão pela pintura remonta à infância, quando Saiba mais sobre o artista português no artigo Bordalo II, o artista ecológico .
2. Manuel Cargaleiro
O artista português Manuel Cargaleiro criou uma linguagem marcante no mundo artístico pela combinação da cerâmica e da pintura, através de jogos entre cor, luz e sombra. As suas obras são fortemente caracterizadas pelo recurso à geometria e à linguagem abstrata, tendencialmente não-figurativa. As pinceladas espontâneas e dinâmicas com cores vibrantes, sobrepõem-se à forma, reduzindo a formalidade que caracteriza os elementos geométricos. A exploração da cor é uma das principais características da sua obra, por revelar sentimentos e criar diversos espaços numa só composição. Denota-se a influência do azulejo tradicional português, pela repetição dos quadriláteros e o uso de cores como azul e branco. Além da pintura e cerâmica, Manuel Cargaleiro também explorou o desenho, a escultura, a tapeçaria e a gravura.
3. Vhils
Um dos principais artistas do movimento da arte urbana (street art), Alexandre Farto (1987), mais conhecido como Vhils, continua a evoluir e a impulsionar o seu estilo ao esculpir em grande escala rostos de figuras anónimas, de forma a revelar as camadas inferiores ocultas e a fragilidade do espaço urbano. Surgiu na cena artística em 2008, ao criar uma revolução, através da sua prática artística inovadora, na qual a destruição é uma forma de construção. Tornou-se um fenómeno internacionalmente, principalmente pelos seus trabalhos murais no espaço público, homenageando José Saramago, Zeca Afonso, entre outros. O espaço onde cresceu, Seixal, um subúrbio industrializado do outro lado do rio de Lisboa (Portugal), influenciou profundamente a sua prática pelas transformações provocadas pelo intenso desenvolvimento urbano, nas décadas de 1980 e 1990. Tal como Bordalo II, Banksy e Jean-Michel Basquiat, foi nas ruas que se formou a base para a sua produção artística inicial, acabando por projetar as suas percepções do mundo exterior por meio dos seus atos criativos. Costuma esculpir os rostos nos espaços públicos - na lateral de edifícios - com uma variedade de ferramentas e materiais que podem deixar uma marca ou remover materiais, incluindo martelos, brocas, ácido de gravação, alvejante e explosivos. Além de escultura mural, também tem vindo a explorar outros meios como a serigrafia, a instalação e outros suportes, como cartazes publicitários, portas de madeira e placas de metal que recolhe das ruas.
4. Júlio Pomar
Em constante movimento e criação, Júlio Pomar (1926-2018) é um dos artistas portugueses mais conceituados do século XX. Durante o seu longo percurso criativo abordou nos seus trabalhos questões e temáticas como: o protesto, o erotismo, o fado, a tourada, a literatura, a mitologia, os índios Xingu do Brasil, D. Quixote, retratos e animais. Pertencente à terceira geração de modernistas, Júlio Pomar é um artista com obras que vão desde
5. Cruzeiro Seixas
O artista português Cruzeiro Seixas foi um dos grandes nomes do surrealismo em Portugal, sendo recorrentemente divulgador desta estética artística. Na sua vasta produção artística, explorou diversas técnicas e suportes, e percorreu várias fases, desde o expressionismo ao neo-realismo, até chegar ao surrealismo. Os seus desenhos, pinturas e esculturas integravam as paisagens metafísicas de Giorgio de Chirico e as figurações metamórficas de Salvador Dalí, transmitindo assim uma constante liberdade poética e plástica. Através dos contrastes entre os pretos e os brancos, desenvolveu um universo imaginário muito pessoal. Sonhou e imaginou, sem imposições estéticas ou morais, no mundo da arte plástica, mas também da poesia.
6. João Cutileiro
Com uma nova visão sobre a prática escultórica, João Cutileiro marcou a história da arte portuguesa ao transformar a paisagem artística e cultural deste país. A partir do final da década de 1950, os seus trabalhos de mármore marcados pelo experimentalismo, erotismo, natureza e história nacional, patenteiam o espaço público português. «Dom Sebastião de Lagos» (1973) e o monumento ao 25 de Abril, no alto do parque Eduardo VII, em Lisboa, são duas esculturas que marcaram a carreira artística e política de João Cutileiro. Além do espaço público, as suas obras foram expostas em diversos espaços museológicos e bienais nacionais e internacionais, como a Unikat-Galerie, em Wuppertal, na Alemanha, na Royal Academy of Arts, em Londres, no Museu de Lagos (1978), na XV Bienal Internacional de São Paulo, Brasil (1979), entre outros. Saiba mais sobre o artista no artigo As Meninas de João Cutileiro
7. Paula Rego
Introduzindo nas suas obras elementos expressivos, profundos e ambíguos, Paula Rego (1935) ganhou o reconhecimento como uma das maiores artistas do nosso tempo, a nível nacional e internacional. Do abstracionismo ao conceptualismo, as suas peças inserem-se num campo figurativo próprio: «o belo grotesco». Em composições surreais com uma crueldade - tanto sutil quanto explícita - a artista portuguesa demonstra o seu próprio imaginário, a brutalidade dos contos populares portugueses, as relações familiares disfuncionais, os sistemas políticos e estruturas sociais. As mulheres e meninas são colocadas em primeiro plano, e muitas vezes os animais substituem os humanos. Entre a vida e a arte, Paula Rego demonstra as suas preocupações e convicções, é exemplo disso, a produção da série intitulada «Aborto» por concordar com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez.
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