Evidentemente, que o primeiro desta lista de artistas de rua é Banksy. Misturando política, humor e poesia através de desenhos de crianças, soldados e até macacos, os murais de Banksy são uma referência essencial para todos artistas de arte urbana. Através de imagens provocativas, o enigmático Banksy cria obras de arte altamente envolventes. O artista inglês Banksy, de identidade anónima, criou uma linguagem própria nas ruas do mundo, através do stencil e do graffiti. As suas obras são facilmente identificáveis pela sua linguagem gráfica e características próprias. Profundamente figurativos, estes stencils abordam de forma critica várias temáticas sociais e políticas como o consumismo, autoridade política e o terrorismo. «Girl with Balloon» e «The Son of a Migrant from Syria» são duas obras conhecidas e impactantes de Banksy. Atualmente, é um dos artistas contemporâneos mais reconhecido e admirado entre as gerações mais jovens.
2.Vhils
Alexandro Farto, também conhecido como Vhils, é o artista português que ganhou notoriedade internacional quando Banksy o convidou para o London Cans Festival em 2008. Na cena artística em Portugal, surgiu em 2008, ao criar uma revolução, através da sua prática artística inovadora, na qual a destruição é uma forma de construção. Vhils tornou-se um fenómeno internacionalmente, principalmente pelos seus trabalhos murais no espaço público, homenageando José Saramago, Zeca Afonso, entre outros. O espaço onde cresceu, Seixal, um subúrbio industrializado do outro lado do rio de Lisboa (Portugal), influenciou profundamente a sua prática pelas transformações provocadas pelo intenso desenvolvimento urbano, nas décadas de 1980 e 1990. Tal como Bordalo II, Banksy e Jean-Michel Basquiat, foi nas ruas que se formou a base para a sua produção artística inicial, acabando por projetar as suas percepções do mundo exterior por meio dos seus atos criativos. Costuma esculpir os rostos nos espaços públicos - na lateral de edifícios - com uma variedade de ferramentas e materiais que podem deixar uma marca ou remover materiais, incluindo martelos, brocas, ácido de gravação, alvejante e explosivos. Além de escultura mural, também tem vindo a explorar outros meios como a serigrafia, a instalação e outros suportes, como cartazes publicitários, portas de madeira e placas de metal que recolhe das ruas. Obras de Vhils como “Open Walls Baltimore 1”, “POW! WOW! Hawaii 2014 - King Lunalilo Mural” e “Dusk” refletem temas atuais do panorama artístico, como a identidade, a representação, a efemeridade e a vivência do indivíduo na sociedade de consumo.
3.Invader
Provavelmente já viu vários invaders nas paredes de Paris ou Los Angeles mas nem sabia. Desde o final dos anos 90, Invader transformou as ruas numa homenagem urbana aos videogames dos anos 80, “invadindo” os espaços públicos com uma realidade vintage e digitalizada. Nunca revelando sua verdadeira identidade, Invader utiliza as populares personagens de jogos de computador e coloca-as nas ruas.
4. Bordalo II
O artista português Artur Bordalo (1987), conhecido como Bordalo II, ficou famoso por usar o lixo das ruas para criar esculturas de animais deslumbrantes, com o propósito de alertar as pessoas sobre a poluição e todos os tipos de espécies que se encontram ameaçadas de extinção. A partir da street art desenvolveu a sua prática, evoluindo para o que hoje é considerado de «trash art». A paixão pela pintura remonta à infância, quando passava horas a fio a observar o avô a pintar no seu atelier e também devido ao submundo da cidade de Lisboa - fortemente influenciado na altura pelas práticas do graffiti. Começou a pintar paredes com spray nas ruas aos 11 anos de idade, com o nome artístico Bordalo II, em homenagem e destaque ao legado artístico do seu avô Artur Real Bordalo (1925-2017). No curso de pintura na Academia de Belas Artes de Lisboa, descobriu a escultura, a cerâmica e começou a experimentar os mais diversos materiais. Desde 2012, Artur Bordalo criou cerca de duzentas esculturas de animais utilizando mais de 60 toneladas de materiais reaproveitados. Os objetos outrora abandonados - as chapas, os pneus, as portas - nas mãos de Bordalo II adquirem uma função de ordem estética e comunicativa, em formato de animais. O artista português quer representar nos seus trabalhos uma imagem da natureza, a partir daquilo que os destrói - o lixo, o desperdício e a poluição, expressando claramente uma crítica ao consumismo e oferecendo uma solução de sustentabilidade. As suas instalações “Big Trash Animals”, dispersas por vários locais do mundo - públicos ou museológicos - gritam sobre a necessidade de sustentabilidade sócio-ecológica. Nas ruas da sua cidade natal, uma série de trabalhos, ”Provocative” e “Train Tracks”, interagem com o tecido e o mobiliário urbano, apresentando um novo olhar crítico sobre a sociedade, os seus stakeholders e condicionantes. Estas pequenas intervenções efémeras buscam ser um veículo de comunicação e conscientização por meio da arte, abordando assim temas diversos, como poluição, exploração da mulher, sensacionalismo mediático, conectividade e controle, entre outros.
Fotografia PicameMag
5.Shepard Fairey
Uma figura importante do movimento contemporâneo da arte urbana, Shepard Fairey ganhou destaque no início dos anos 1990 com sua campanha “ Andre the Giant Has a Posse ”, na qual distribuiu posteres, adesivos e murais com o lutador homónimo em Providence, Rhode Island. O icónico póster da campanha “Hope” de 2008 de Fairey para o presidente Barack Obama encapsula uma série de preocupações recorrentes do artista, incluindo propaganda, retratos e poder político. O trabalho de Shepard Fairey, que foi vendido por seis figuras em leilão, pode ser encontrado nas coleções do Museu de Arte Moderna de Nova York, do Victoria and Albert Museum em Londres e da National Portrait Gallery em Washington, DC.