Crédito Fotográficos Mundo Português
Dia internacional da Vida Selvagem
Todos os anos, a 3 de março celebra-se o Dia Mundial da Vida Selvagem, para chamar atenção sobre a “obrigação moral” de se preservar a Terra, de onde são extraídos os produtos essenciais para a sobrevivência humana.
O chefe das Nações Unidas Guterres ressaltou que a vida selvagem está em perigo, relembrando que os danos ao mundo natural ameaçam, no fundo, a existência e o bem-estar de todos os indivíduos. Um quarto das espécies no mundo enfrentam a extinção, em grande parte porque os seres humanos destruíram quase metade de todos os ecossistemas nos quais vivem. Guterres pediu a reversão imediata desse quadro. Este ano, o Dia Mundial da Vida Selvagem destaca a importância da Década da ONU sobre Restauração do Ecossistema, que vai de 2021 a 2030. O chefe das Nações Unidas lembra que os ecossistemas somente podem ser considerados saudáveis quando seus componentes florescem. Um elemento chave pode levar ao declínio e desaparecimento de todo o ecossistema. Por isso, as ações para proteger as espécies individuais devem estar alinhadas com a restauração dos ecossistemas. Mais de 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção, das quais 8,4 mil espécies da fauna e flora silvestres estão criticamente arriscadas e quase 30 mil são classificadas sob risco ou vulnerabilidade. Além disso, o mundo está enfrentando níveis jamais vistos de ameaças, que são um risco real à biodiversidade, aos ecossistemas e à saúde humana. Além de um número de doenças emergentes que surgem de produtos animais, tanto domésticos como silvestres.
Quem são os artistas que tem vindo a partilhar a mensagens de sustentabilidade nas suas obras?
Bordalo II
Chapas, teclados de computador, pneus de bicicleta são alguns dos objetos escolhidos por Bordalo II para a produção das suas obras. Artur Bordalo, neto do artista plástico Real Bordalo, nasceu em 1987, em Lisboa. Em homenagem às suas raízes artísticas intrínsecas na família, escolheu o nome de Bordalo II. Este jovem artista tem vindo a recorrer ao uso de objetos abandonados nas ruas das cidades para a sua produção artística. O lixo, nomeadamente plástico, metal e materiais eletrónicos, tornaram-se materiais de composição, que são transformados e moldados, pelo artista em forma de animal. A escolha destes materiais é a forma de Artur Bordalo criticar a forma como vivemos atualmente. O desperdício, o materialismo, o nosso próprio consumismo e a necessidade urgente de sustentabilidade são as temáticas abordadas nas suas instalações.
Crédito Fotográficos Diário de Notícias
Chris Jordan
O fotógrafo Chris Jordan compõem incríveis fotografias ao reorganizar objetos comuns, como tampas de garrafas, lâmpadas e latas de alumínio. Por exemplo, a obra “Plastic Cups” (Copos de plástico), é composta por 1 milhão de copos de plástico.
Agnes Denes
Pioneira na arte ambiental e na arte conceitual, Agnes Denes plantou um campo de trigo de dois hectares em Manhattan, apenas a dois quarteirões de Wall Street.Mais de 1.000 quilos de trigo foram colhidos e distribuídos para 28 cidades.
Andy Goldsworthy
Andy Goldsworthy é um artista britânico conhecido por criar lindas esculturas ao ar livre, a partir de materiais naturais, incluindo pétalas, folhas, neve, gelo, pedras e galhos. Na obra “River Stone”, uma escultura em forma de serpente, construída com 128 toneladas de arenito recuperado dos escombros de edifícios de São Francisco, derrubados por terremotos em 1906 e 1989. Um dos poucos trabalhos permanentes de Goldsworthy, pode ser vista na Universidade de Stanford.
Miguel Palma
Miguel Palma é um artista português multifacetado que produz os seus desenhos, instalações e transformações de objetos, através do imaginário da sua infância, dos seus gostos pela aviação, automobilismo, ciência e engenharia. A sua produção artística ligada à ideia do desenvolvimento tecnológico cria uma relação crítica e produtiva com o espectador sobre o consumismo e a sustentabilidade.
Vhils
Vhils esculpe rostos de figuras anónimas em grande escala, em zonas urbanas geralmente abandonadas, de forma a estabelecer um diálogo sobre identidade e os comportamentos insustentáveis dos humanos. Além dos muros, túneis e edifícios, o artista português também transforma outros objetos - portas de madeira, placas de metal e cartazes publicitários - usando o mesmo processo criativo de escultura: subtração de camadas, desbaste, perfuração e imersão.