Quem foi Robert Mapplethorpe?
Robert Mapplethorpe é conhecido pelos seus magnificos retratos a preto e branco, que desafiam o seu público. A carreira de Robert Mapplethorpe floresceu, na década de 1980, com projetos comerciais, ao criar capas de álbuns para Patti Smith e a banda Television, além duma série de retratos e fotos de festas para Interview Magazine. Após ter sido diagnosticado com AIDS (SIDA) em 1986, acelerou os seus esforços criativos e realizou projetos cada vez mais ambiciosos. Em 1988, um ano antes da sua morte, teve a sua primeira grande exposição no The Whitney Museum of American Art, em Nova York.
O Retrato de Robert Mapplethorpe
Robert Mapplethorpe nasceu em 1946 em Queens, Nova York. Aos dezesseis anos, matriculou-se no Pratt Institute no Brooklyn, onde estudou desenho, pintura e escultura. No início da sua carreira, Robert Mapplethorpe foi influenciado por uma série de artistas, incluindo Joseph Cornell e o artista dadaísta Marcel Duchamp, tendo experimentado com diversas técnicas como colagem. Em 1970, comprou uma câmara Polaroid para tirar fotos e usar simultanemente colagens. Tem a sua primeira exposição individual, em 1973 na Light Gallery em Nova York, chamada Polaroids. Dois anos depois, Mapplethorpe comprou uma câmara mais sofisticada de médio formato Hasselblad, e começou a fotografar as pessoas que conhecia: artistas, músicos, estrelas de filmes pornográficos e outros membros da cena underground de Nova York. Independentemente quem fotografava, todas as imagens são caracterizadas pelo estilo de Mapplethorpe – a sua busca incansável pela beleza sem imperfeições. Os corpos poderosos fotografados por Robert Mapplethorpe relembram o público das esculturas gregas clássicas, ao seguir as regras de simetria e geometria que os escultores clássicos usavam.
Grande parte dos seus retratos na década de 1980 eram de figuras proeminentes nas artes, como Truman Capote, William Burroughs e Andy Warhol, e seus retratos podem ser vistos como um reflexo da 'cena cultural' de Nova York naquela época. Em 1980, Robert Mapplethorpe conheceu Lisa Lyon, a primeira campeã mundial de fisiculturismo feminino, e trabalharam juntos em diversos retratos e estudos de figuras, incluindo imagens de corpo inteiro e fragmentado. Durante esse tempo, também fotografou a figura masculina, de homens afro-americanos atléticos, incluindo modelos, dançarinos e fisiculturistas, todos com corpos musculosos e bem definidos. Robert Mapplethorpe afirmou: "Eu me concentro na parte do corpo que considero a parte mais perfeita naquele modelo em particular". Em 1984, fotografou Grace Jones, a cantora, compositora, modelo e atriz jamaicana-americana, conhecida pela sua aparência andrógina e seu comportamento provocativo, sendo uma figura proeminente na cena artística e social de Nova York. Na fotografia, Grace Jones encontra-se com pintura corporal criada pelo artista Keith Haring.
Auto-retrato: Identidade
Enquanto as imagens do corpo estão associadas a ideais de beleza, o retrato é frequentemente associado à identidade e à individualidade. Os autorretratos são talvez o tipo mais complexo de retrato porque o artista e a modelo são a mesma pessoa, e a imagem tem uma sensação pessoal, como um diário. Mapplethorpe experimentou diferentes aspectos de sua identidade ao apresentar-se de várias formas, desde bandido armado de facas até travesti. No livro Certain People: A Book of Portraits 14 1985, há uma citação de Mapplethorpe referindo que seus autorretratos expressam a parte dele mais autoconfiança. A imagem de capa deste livro é a obra Self Portrait 1980, onde o artista se retrata com um casaco de couro preto, camisa escura, cigarro no canto da boca, olhar frio e um estilo de penteado da dÉcada de 1950, relembra-nos os ícones de Hollywood James Dean no filme Rebel Without a Cause (1955) e Marlon Brando em The Wild Ones (1953).
Robert Mapplethorpe e AIDS
Em 1986, Robert Mapplethorpe foi diagnosticado com AIDS, a síndrome causada pelo HIV. A pandemia de HIV/AIDS foi um dos eventos internacionais mais significativos da década de 1980 e afetou a vida de muitos amigos e associados a Mapplethorpe. Na época, a maioria dos diagnosticados com a doença não sobrevivia mais de dois anos. O autorretrato de Mapplethorpe no final de sua vida refletia sua saúde precária, a sua busca pela liberdade, o seu sofrimento e sua mortalidade. Hoje o trabalho de Mapplethorpe pode ser encontrado nas coleções dos principais museus do mundo e o seu legado continua vivo através da Fundação Robert Mapplethorpe. A Fundação foi criada em 1988 para promover a fotografia, apoiar museus que exibem arte fotográfica e financiar pesquisas médicas na luta contra a AIDS e infecções relacionadas ao HIV.
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