HELENA DE MEDEIROS
BREVE BIOGRAFIA
Helena de Medeiros, portuense de gema, com formação nas escolas London Fashion School e Escola Superior de Artes e Design, que frequentou, é uma das mais recentes inspirações nacionais além-fronteiras. Atualmente responsável pelos figurinos do La Scala, em Milão, tem oferecido ao costume design uma interpretação muito própria, presente de forma transversal a toda a sua obra, e centrada no pássaro e na interpretação do seu simbolismo.
A paixão pela cenografia faz de si uma das artistas mais elogiadas neste universo, tendo constituído um percurso sólido e invejável junto de algumas das mais prestigiadas companhias de ballet mundiais, passando por países como Portugal, Alemanha, Itália, Suiça, Canadá, Chile, Brasil, Estados Unidos e China. Da lista de Opera Houses, que poderíamos corresponder, no nosso país, ao Teatro São Carlos, mas com uma dimensão muito superior, fazem parte a Opera House Basel, Opera House, Dortmund, Opera House Nuremberg, Opera House Hannover, Theatherhouse Stuttgart, Les Grands Ballets de Montreal, Teatro Municipal de S. Paulo, Teatro San Carlo Napoles e Teatro Alla Scala.
Também criadores de referência se renderam aos traços de liberdade, movimento, expansão e elegância e subtileza do que produz, valendo-lhe colaborações com os mesmos. Falamos de nomes como Eric Gauthier, Gradimir Pankov, Iracity Cardoso, Louis Robitaille ou Mauro Bigonzet.
Não só na moda, e do que de novo traz para este mundo, tem, contudo, Helena focado o seu trabalho. É uma área distinta e caraterizadora da artista, que desperta cada vez mais a curiosidade de um público interessado em novas tendências e movimentos de expressão. No entanto, o seu percurso inicia-se com a pintura, em que dá cartas desde 1990, quando começou a expor individualmente.
Hoje, é uma das artistas contemporâneas mais completas, conjuntado os quadros que pinta, e através dos quais consegue estabelecer um diálogo com os figurinos que cria, com poemas da sua autoria. Foi, aliás, neste registo que começou a ser requisitada internacionalmente e, nos últimos tempos, se consagrou como artista revelação de uma das galerias de arte mais reputadas da cidade que a viu crescer: a P55, no Porto. O espaço, jovem e inovador, é ainda conhecido pela aposta que, desde o primeiro dia, tem feito em novos talentos, como é o caso da artista. "Helena de Medeiros tem trazido à P55 um toque de arrojo e movimento que atrai atenções e desperta curiosidades a cada trabalho, revelando-se numa das colaborações de maior sucesso com a casa, de assinatura portuguesa", revela Aníbal Faria, CEO da galeria.
O reconhecimento nacional começa agora a sentir-se de forma que espelha não só o orgulho no trabalho de alguém que consegue assinar em português em grandes casas estrangeiras, como causa um impacto real em quem se depara com o trabalho de Helena. "O Tripeiro", conceituada revista da área, dedicou várias páginas a essa mesma influência que a artista tem, mutio focadas no costume design, que também se manifesta nas suas colaborações com a Ballet Gulbenkian, a Companhia Nacional de Bailado ou o CAM (Centro de Arte Moderna). As peças que cria são ainda disputadas em leilões com grande participação, confirmando a qualidade de uma expressão artística que dispensa apresentações e que, no caso dos costume designs, nos fazem sonhar com passadeiras vermelhas alternativas, onde a imaginação assume novos contornos e tudo parece ser possível.
Com Helena de Medeiros, conseguimos desvendar um traço único em tudo o que faz, que se reconhece num quadro, na sua escrita ou mesmo no costume que sobe a palco; embora tudo isso aconteça de forma muito natural.