A Representação da Comunidade LGBTQI+ na Arte
Ao longo dos séculos, no mundo da arte, a representatividade da heterossexualidade foi predominante ocupando sempre um lugar de visibilidade central, em comparação a outras orientações sexuais. Tal fenómeno se evidenciou, na pintura, escultura, entre outros meios como a literatura – consequência da perspectiva patriarcal que formou os cânones artísticos ocidentais. A comunidade LGBTQI+ sofreu de pouca representatividade no discurso da história da arte, durante muitos séculos, contudo, a partir do século XX, testemunhou-se uma verdadeira revolução. Os artistas não decidiram apenas sair do armário, mas também começaram a falar abertamente sobre a homossexualidade nas suas obras. No entanto, muitos foram censurados pelas instituições de arte como McBride ou Robert Mapplethorpe. Eventos históricos como os motins de Stonewall em 1969, nos Estados Unidos da América, e a crise mundial da SIDA (AIDS), a partir da década de 1980, marcaram uma mudança significativa no sentido de visualidade da cultura Queer na sociedade, iniciando assim um discurso público e político para que houvesse menos marginalização em relação a esta comunidade.
Robert Mapplethorpe
O novo Superman é bissexual anuncia DC Comics!
Ao longo do tempo, a DC comics e Marvel confirmaram a presença da existência de conteúdo histórico nas suas bandas desenhadas, oferecendo assim um momento lúdico, estimulante e criativo sobre várias problemáticas como o racismo, a xenofobia, o patriarcado, entre outros. A Banda Desenhada é um género literário de massas que abrange um vasto público, nomeadamente crianças, jovens e adultos. Esta tipologia com dois elementos comunicativos, texto narrativo e pictórico, permitem que o leitor tenha uma perspetiva abrangente e mais concreta de todo o acontecimento retratado e apresentado na obra.
A 11 de outubro a DC Comics anunciou que o novo Superman é bissexual. A nova personagem, Jonathan "Jon" Kent, é filho de Lois Lane e Superman (Clark Kent) - uma das personagens de banda desenhada mais conhecida do mundo. Com uma abordagem mais moderna, o novo Superman não só combate o crime, como ajuda a apagar incêndios florestais, apoia os refugiados e impede tiroteio em escolas. De facto, as bandas desenhadas nunca perdem o seu encanto de nos ensinar e continuam a representar os problemas da atualidade, como as questões sociais e ambientais. Este novo Superman oferece a muitas pessoas um herói que os representam, como Tom Taylor declarou à imprensa: "I've always said everyone needs heroes and everyone deserves to see themselves in their heroes and I'm very grateful DC and Warner Bros. share this idea. Superman's symbol has always stood for hope, for truth and for justice. Today, that symbol represents something more. Today, more people can see themselves in the most powerful superhero in comics."
Nova Banda Desenhada do Superman
Personagem LGBTQI+ nas Bandas Desenhadas
A nova banda desenhada do Superman não é de forma alguma o primeiro super-herói LGBTQIA + neste mundo literário. Na Marvel e DC Comics, as primeiras personagens bissexuais e homossexuais foram Tim Drake, parceiro de Batman, Valkyrie, em Thor: Ragnarok e Northstar, no X-Men. Em 2012, o casamento de Kyle Jinadu e Northstar tornou-se a primeira representação de um matrimónio do mesmo sexo na história numa banda desenhada e para marcar o 80º aniversário de Capitão América será lançado: Os Estados Unidos do Capitão América, na qual serão representados os problemas que a comunidade LGBTQI+ tem vindo a sofrer. Mais recentemente, Loki foi confirmado como género fluido pela diretora da série, Kate Herron: "He's gender fluid in the Norse mythology and the comics and it felt like an important thing to, as you say, make sure it's canon."
De facto, a banda desenhada tem de forma contínua marcado a história da arte ao representar as comunidades renegadas ou menos favorecidas pela sociedade de forma criativa e artística. As três primeiras edições da nova banda desenhada já estão disponíveis e prontas para revolucionar o mundo artístico.
Casamento de Kyle Jinadu e Northstar em X-Men