Há dez anos, o misterioso artista de rua britânico Banksy levou os nova-iorquinos a um passeio selvagem com a sua série “Better Out Than In”, na qual, todos os dias durante um mês, revelava um novo trabalho em algum lugar desconhecido dos cinco bairros da cidade. Quase todas essas obras desapareceram e uma das duas últimas restantes será salva da bola de demolição.
Esse trabalho é “Ghetto 4 Life”, localizado na 651 Elton Ave. no South Bronx, no qual um garoto jovem e elegante é retratado a pintar o título da peça numa parede cinza enquanto o seu mordomo observa, oferecendo latas de tinta spray numa bandeja. Tanto o proprietário do edifício, David Damaghi, como o engenheiro de demolição disseram ao “New York Daily News” que a obra será preservada, embora o edifício esteja programado para demolição para dar lugar a uma escola.
Além disso, o seu futuro não está claro. “Queremos retirá-lo, retirá-lo e armazená-lo”, disse Damaghi ao jornal. Ainda não está decidido se vai para um museu, uma galeria ou um comprador privado.
Como grande parte do trabalho de Banksy, esta peça causou certo alvoroço. Quando estreou em 2013, os moradores do Bronx ficaram insatisfeitos com ele, dizendo que o termo “gueto” era um estereótipo grosseiro da área. O então prefeito Michael Bloomberg e o então presidente do município, Ruben Diaz Jr., expressaram descontentamento com o projeto, mas a polícia não procurou ativamente o artista sob quaisquer acusações legais.
Damaghi fez questão de proteger a peça atrás de um portão e plexiglass porque, hoje, quase todas as obras divulgadas para o projeto já se foram. O único outro que resta é o chamado “Zabar Banksy”, fora da mercearia do Upper West Side, aponta o Daily News.
Pelo menos de acordo com moradores locais que falaram recentemente ao jornal, parece que a opinião sobre a peça suavizou. “É uma memória muito boa”, disse o residente Marcus Velasquez ao Daily News. “É uma história sobre os tempos. Há muita história no Bronx que, quando você olha para ela, acho que deveríamos conservá-la ou algo assim para as novas gerações.”
Fonte: Artnet News