Manuel Borja-Villel, que dirigiu o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía de Madrid, nos últimos 15 anos, não será reeleito para o cargo nesta primavera. Segundo o jornal espanhol El País, deixará o cargo janeiro. Borja-Villel negou veementemente as acusações, publicadas no jornal de direita ABC, que a sua saída estaria ligada a supostas irregularidades em duas das três prorrogações totais do seu contrato, ocorridas em 2013 e 2018, respectivamente. O historiador afirma que ambas as prorrogações foram concedidas no governo do Partido Popular com o aval dos então atuais ministros da Cultura após pareceres favoráveis do Ministério Público. O Reina Sofía também refutou as acusações de má administração e denunciou o ABC – que também acusou Borja-Villel de “impor um discurso ideológico monolítico” alinhado com “os militantes mais radicais da esquerda ibero-americana” – de montar uma campanha de difamação contra o museu e o seu diretor cessante. Em e-mails para Artfourm, tanto Borja-Villel quanto um representante do Reina Sofía negaram que ele tenha indicado que permaneceria no cargo quando o concurso foi anunciado em novembro passado, conforme noticiado pelo El País.
A liderança de Borja-Villel foi polarizadora, com críticos emitindo reclamações sobre o foco do museu em arte conceptual, na sua coleção internacional (em vez de espanhola) e nos seus rótulos na parede e sinalização destinados a educar o público sobre as obras em exibição. Os seus apoiantes apontam para a sua promoção de artistas espanhóis modernos e contemporâneos, famosos e desconhecidos, e para a elevação da arte latino-americana, bem como para a sua curadoria politicamente inteligente e os seus esforços bem-sucedidos para situar o Reina Sofía como uma instituição de arte contemporânea de renome internacional. Borja-Villel encenou notavelmente uma reforma completa da coleção do museu em 2021. Após a sua saída, Borja-Villel irá concentrar-se na co-curadoria da Bienal de São Paulo de 2023, que será inaugurada em setembro.