O arquiteto britânico David Alan Chipperfield, conhecido pelos projetos de renovação de edifícios antigos como o Novo Museu de Berlim, é o vencedor do prémio Pritzker 2023, o mais importante galardão mundial da arquitetura, anunciou, esta terça-feira, a organização.
Arquiteto cívico, urbanista e ativista, Sir David Alan Chipperfield é descrito pela organização como "subtil mas poderoso, moderado mas elegante, é um arquiteto prolífico que é radical na sua contenção, demonstrando a sua reverência pela história e cultura ao mesmo tempo que honra os ambientes construídos e naturais pré-existentes, ao reimaginar a funcionalidade e acessibilidade de novos edifícios, renovações e restaurações através de um design moderno intemporal que enfrenta as urgências climáticas, transforma as relações sociais e revigora as cidades".
Entre seus projetos mais famosos estão a reconstrução do Neues Museum em Berlim, a Ampliação da Royal Academy of Arts em Londres, o Museu Jumex de Arte Contemporânea na Cidade do México, o Edifício One Pancras Square em Londres, a Valentino Flagship Store em Milão e a Galeria James Simon em Berlim.
Em reação ao prémio, o arquiteto disse estar "arrebatado" por receber esta "honra extraordinária e por estar associado aos anteriores vencedores que tanto inspiraram a profissão".
Chipperfield disse ainda "aceitar este prémio como um incentivo para continuar a dirigir a atenção, não só para o conteúdo da arquitetura e o seu significado, mas também para a contribuição que podemos dar como arquitetos para enfrentar os desafios existenciais das alterações climáticas e da desigualdade social".
O arquiteto relembrou ainda que os arquitetos podem ter "um papel mais proeminente e empenhado na criação, não só de um mundo mais belo mas também, de um mundo mais justo e sustentável. Temos de estar à altura deste desafio e ajudar a inspirar a próxima geração a abraçar esta responsabilidade com visão e coragem".
As suas obras visam mais de quatro décadas e vão desde edifícios cívicos, culturais e académicos a residências e planeamentos urbanos em toda a Ásia, Europa e América do Norte.
O galardão internacional foi criado em 1979 para premiar anualmente um arquiteto vivo por conquistas significativas nesta disciplina, e ascende a 100 mil dólares (cerca de 93.800 euros).
Os arquitetos portugueses Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura foram distinguidos com o Pritzker em 1992 e em 2011, respetivamente. Presidido este ano pelo arquiteto chileno Alejandro Aravena, o júri também integrava o diplomata brasileiro André Aranha Lago, o professor de História da Arte Barry Bergdoll, a arquiteta Deborah Berke, o jurista Stephen Breyer e a arquiteta Kazuyo Sejima, a arquiteta Benedetta Tagliabue, o professor e arquiteto Wang Shu, e a diretora executiva do galardão, a curadora Manuela Lucá-Dazio.
Em 2022, o Prémio Pritzker foi entregue ao arquiteto do Burkina Faso Francis Kéré, que se tornou o primeiro africano a conquistar o galardão, e em 2021 venceu a dupla de arquitetos franceses Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal.
No ano 2020, o Prémio Pritzker foi atribuído às arquitetas irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara, cofundadoras do escritório Grafton Architects, primeira dupla feminina a conquistar o galardão.