De acordo com a Casa das Histórias, em comunicado, "através da exposição de mais de uma centena de obras, a mostra descortina o processo criativo de Paula Rego ao longo de sete décadas, para evidenciar como foi capaz de construir um território figurativo único e pessoal, onde as histórias funcionam, desde as suas primeiras criações, como verdadeiras estruturas realistas".
"Mudam-se as histórias, mudam-se os estilos", comissariada pela curadora e coordenadora da programação e conservação da Casa das Histórias Paula Rego (CHPR), Catarina Alfaro, apresenta "uma cuidadosa seleção de obras da autoria de Paula Rego": pinturas e desenhos a óleo, tinta acrílica, guache, aguarela, pastel, lápis de cera e de cor sobre os mais variados suportes, colagens, tapeçaria, serigrafias, água-forte e água-tinta, mas também "cerca de 18 estudos em tinta-da-china sobre papel executados por Paula Rego para algumas das pinturas que viria depois a realizar".
A CHPR recorda que "as décadas de 1960 e 1970, dentro do panorama da obra de Paula Rego, são caracterizadas pela exploração de práticas experimentais, que estarão na origem da construção do seu universo simbólico particular". Na mesma época, "Paula Rego reclama a sua autonomia perante os movimentos artísticos do seu tempo, uma especificidade que a sua obra manteria até ao final".
Nos anos 1980, "esse sentido de liberdade em relação às convenções impostas ao modo de 'fazer arte' intensificar-se-ia, resultando numa reformulação do seu processo criativo e no estabelecimento de uma linguagem visual radicalmente nova, para contar as suas histórias através da pintura".
A partir da década de 1990, o método de trabalho de Paula Rego "tornar-se-ia paulatinamente ainda mais complexo e arrojado, com o uso de modelos vivos ou bonecos tridimensionais, rigorosamente vestidos e posicionados entre objetos e adereços para construir a história e compor tatilmente a cena a ser transportada para a tela".
Em "Mudam-se as histórias, mudam-se os estilos", o público poderá apreciar obras como "Noite" (1954), "Batalha de Alcácer-Quibir" (1966), "O cerco" (1976), "Os Amantes" (1982), "Madame Butterfly" (c. 1985), "Branca de Neve no cavalo do Príncipe", (1995), "Príncipe Porco e a sua primeira noiva" (2006), que "evidenciam a personalidade insubmissa de Paula Rego e a sua determinação por uma expressão artística livre de amarras e convenções, que a levaram a uma redefinição constante da sua linguagem figurativa e à criação de telas composicionalmente complexas, que abrangem contextos narrativos e inspirações muitíssimo diversificados".
"Mudam-se as histórias, mudam-se os estilos", uma iniciativa da Fundação D.Luís I e da Câmara Municipal de Cascais, no âmbito da programação do Bairro dos Museus, estará patente de quinta-feira a 31 de março de 2024.
Fonte: Comunicado de Imprensa