Grandes Artistas Mulheres
Ao longo do estudo da história da arte, os artistas masculinos dominaram. Por gerações, apenas um número pequeno de artistas femininas fizeram parte da história da arte, questionando as aspirantes a artistas mulheres: “Onde estão todas as grandes artistas mulheres?”
Há muitas razões que explicam o motivo pelo qual as mulheres não receberam a aclamação que mereciam até recentemente. Até 1860, as mulheres não podiam frequentar escolas de arte ou mostrar os seus trabalhos nas exposições de salão da época, e mesmo quando podiam, era de forma limitada. Infelizmente, à medida que mais e mais mulheres entravam nas academias de arte de elite e começavam a mostrar os seus trabalhos, muito destes eram desvalorizado ou negligenciado. Com o início do Movimento das Mulheres na década de 1960, cada vez mais artistas mulheres começaram a receber o reconhecimento que mereciam. Hoje, a história da arte está sendo reexaminada e os artistas que caíram no esquecimento agora estão sendo incluídos e premiados pelas suas contribuições para a evolução da arte.
Compilamos uma lista que acreditamos ser algumas das artistas femininas mais importantes do passado e do presente. Lamentamos não ter espaço para incluir todas as mulheres que enriqueceram os importantes movimentos artísticos ao longo do tempo. Se deixamos de fora um dos seus favoritos, pedimos desculpas.
1. Louise Elisabeth Vigée Le Brun (1755-1842)
Ser mulher e retratista profissional no século XVIII era algo inédito. Ser uma mulher e retratista oficial da Rainha da França era impensável. No entanto, Louise Elisabeth Vigée Le Brun conseguiu ambos. Madame Le Brun é mais conhecida por seus retratos da elite no estilo rococó e neoclássico. Durante a sua vida, criou cerca de 660 retratos e 220 paisagens, algumas das quais estão em museus como o Louvre, o Museu Hermitage, a National Gallery de Londres e o Metropolitan Museum of Art.
2. Rosa Bonheur (1822-1899)
Rosa Bonheur foi amplamente reconhecida como a pintora feminina mais famosa da França durante o século XIX. A sua populidade surgiu das suas pinturas de animais de tirar o fôlego, especialmente cavalos e gado. Rosa teve mais sorte do que a maioria das mulheres que sonhavam tornar-se artistas naquela época, pois o seu pai, Oscar-Raymond Bonheur, era um pintor estabelecido que lhe dava aulas e sempre incentivou a sua carreira artística.
3. Mary Cassatt (1844-1926)
Pintora americana que viveu na França, membro do famoso grupo de impressionistas masculinos, que ficou conhecida pelos seus belos retratos de mulheres, crianças e da vida doméstica. Mary Cassatt inspirou-se na luz, nos padrões, na gravura japonesa e na intimidade da família, acabando por inspirar com as suas técnicas os pintores masculinos e femininos que vieram posteriormente. As suas pinturas são extremamente valorizadas e estão expostas e, coleções particulares, bem como nos maiores museus do mundo.
4. Aurélia de Souza (1866-1922)
Foi uma das poucas portuguesas que, por direito próprio, conquistou um lugar na galeria de grandes Pintores portugueses da segunda metade do século XIX, juntamente com outros artistas de renome. As suas obras são composta por diversos temas, como retratos (o seu género favorito - sejam autorretratos, retratos de família etc.), paisagens (esboços ou acabados, resultantes de sua viagens, inspiradas na sua casa ou no Porto rural) e cenas quotidianas que retratam, em interiores tenebristas, crianças ou mulheres a fazerem as suas tarefas domésticas.
6. Georgia O'Keeffe (1887-1986)
A arte de Georgia O'Keeffe pode ser vista em paredes de museus famosos, calendários, canecas e camisolas. Proclamada por vários críticos de arte como a “Mãe do Modernismo Americano”, o seu legado de arte abstrata continua a influenciar artistas de nosso tempo. A artista é mais conhecida pelas suas flores grandes e provocantes e pinturas de caveiras, mas os seus trabalhos abrange desde as paisagens do oeste americano até os arranha-céus da cidade de Nova York.
7. Lyubov Popova (1889-1924)
Esta artista de vanguarda russa estava à frente do seu tempo como uma das primeiras líderes femininas do movimento Cubo-Futurismo desenvolvido na Rússia. Este movimento combinou o estilo do futurismo italiano com o cubismo francês. A partir daí, explorou o movimento suprematista, que surgiu por volta de 1913 na Rússia. As suas base foram o uso de formas geométricas, como quadrados, retângulos e círculos. Além de suas pinturas icónicas, Lyubov Popova também é conhecida por suas estampas em tecido, capas de livros e posteres.
8. Alma Thomas (1891-1978)
Durante o Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos, a obra de Alma Thomas destacou-se como um farol de esperança e otimismo. Esta artista afro-americana dedicou a sua vida à arte após se aposentar como professora. A sua ascensão à fama disparou quando suas pinturas expressionistas coloridas foram exibidas no Whitney Museum of Art, sendo a primeira mulher afro-americana a realizar uma exposição individual neste museu.
9. Frida Kahlo (1907-1954)
Sempre que falamos de artistas famosos, o nome Frida Kahlo está sempre no topo da lista! As suas obras capturam a cultura do seu país natal, o México, enquanto são questionam problemáticas sociais, políticas e culturais. Estas temáticas são apenas uma das muitas razões pelas quais ela continua tão popular hoje. Com cores vivas e um estilo folclórico e surrealista, Frida Kahlo criou obras de arte inspiradas na natureza e em artefatos mexicanos, além de pintar inúmeros autorretratos e retratos de outras pessoas. Ela é considerada uma grande influência por muitas das artistas femininas contemporâneas.
10. Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)
Em composições abstratas, Maria Helena Vieira da Silva envolveu a sua obra numa poesia de cores e formas, inspiradas nas grandes cidades. Com um traço suave, trabalhou em escultura, ilustrações, decorações teatrais e dedicou-se também à tapeçaria. A artista trabalhou e viveu essencialmente em Paris, contudo é possível descobrir na sua obra vestígios de Lisboa. Devido à Segunda Guerra Mundial e ao Estado Novo, refugiou-se no Brasil com o seu marido, o pintor Arpad Szenes. Foi principalmente a partir do período pós-guerra que a sua obra começou a ser reconhecida e celebrada nacionalmente e internacionalmente, com diversas encomendas e exposições. Conheça mais sobre artista em 5 Factos Pouco Conhecidos sobre Maria Helena Vieira da Silva.
11. Louise Bourgeois (1911-2010)
Mais conhecida pelas esculturas com aranhas e outras obras em grande escala, Louise Bourgeois também foi uma talentosa pintora e gravadora. Desfrutou de uma longa carreira, na qual produziu um corpo substancial de trabalhos. Esta artista franco-americana explorou muitos temas através da arte, incluindo família, sexualidade e morte. Louise Bourgeois não está associada a nenhum grupo de arte em particular, mas o eu trabalho é tratado por muitos como arte feminista e surrealista.
12. Gwendolyn Knight (1913-2005)
A cultura e a história familiar de uma pessoa podem ser uma grande inspiração para as suas criações. Este foi o caso de Gwendolyn Knight que durante a maior parte da sua carreira pictórica, concentrou-se na cultura e história afro-americana. Gwendolyn Knight pintou retratos, cenas da cidade, paisagens e naturezas mortas em óleo, aguarela e guache. Mais tarde, Gwendolyn Knight criou gravuras e monoimpressões de animais em um estilo lírico em resposta aos seus sentimentos sobre dança e teatro africanos.
13. Lygia Clark (1920-1988)
Lygia Clark, foi uma artista brasileira mais conhecida por seus trabalhos de pintura e instalação. Frequentemente associada aos movimentos construtivistas brasileiros de meados do século XX e ao movimento da Tropicália. Lygia Clark considerava a obra de arte como uma experiência ou como um corpo que interage com o espectador. Assim os seus trabalhos lidavam com a relação entre dentro e fora e como o espectador descobrem e reagem as suas obras.
14. Yayoi Kusama (1929-)
Yayoi Kusama é uma artista de vanguarda japonesa mais conhecida pelo o seu uso de bolinhas e cores elétricas. As suas obras abrangem escultura, instalação e pintura, bem como cinema, moda e literatura. Como artista conceitual, infiltra-se no feminismo, na pop art e no impressionismo abstrato nos seus trabalhos.
15. Lourdes Castro (1930-2022)
Lourdes Castro é considerada uma das mais importantes artistas portuguesas contemporâneas. A artista portuguesa conseguiu marcar-se internacionalmente, através das suas intervenções, repletas de olhar singular sobre a realidade. Figura discreta, mas muito admirada, que recebeu nas últimas décadas diversos prémios (EDP, Vieira da Silva, AICA) e reconhecimentos tendo sido condecorada pelo Presidente da República em junho passado com a Ordem Militar de Sant'Iago da Espada", refere a nota, que recorda várias retrospetivas de que foi alvo.
16. Helena Almeida (1934-2018)
Artista portuguesa conhecida pelo seu trabalho em fotografia, performance art, body art, pintura e desenho. Expões individualmente pela primeira vez em 1967, tendo apresentado composições geométricas e abstractizantes nas quais questionava o espaço pictórico e explorava os limites físicos da pintura, problemática que viria a ser desenvolvida na sua obra futura. A partir do final da década de 1960 passa a centrar-se na intensa reflexão sobre a autorrepresentação e sobre as relações de tensão entre o corpo, o espaço e a obra: o seu próprio corpo é então encarado enquanto objecto e suporte da obra, temática que a partir de 1975 é desenvolvida através da manipulação de meios como a pintura, o desenho, a gravura, a instalação, a fotografia e o vídeo. Artista de intensa matriz conceptual, a sua rigorosa e original investigação plástica granjeou-lhe desde a década de 1970 um forte reconhecimento nacional e internacional.
17. Paula Rego (1935-)
Introduzindo nas suas obras elementos expressivos, profundos e ambíguos, Paula Rego ganhou o reconhecimento como uma das maiores artistas do nosso tempo, a nível nacional e internacional. Do abstracionismo ao conceptualismo, as suas peças inserem-se num campo figurativo próprio: «o belo grotesco». Em composições surreais com uma crueldade - tanto subtil quanto explícita - a artista portuguesa demonstra o seu próprio imaginário, a brutalidade dos contos populares portugueses, as relações familiares disfuncionais, os sistemas políticos e estruturas sociais. As mulheres e meninas são colocadas em primeiro plano, e muitas vezes os animais substituem os humanos. Entre a vida e a arte, Paula Rego demonstra as suas preocupações e convicções, é exemplo disso, a produção da série intitulada «Aborto» por concordar com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez.
18. Armanda Passos (1944-2021)
Armanda Passos destacou-se na produção artística portuguesa com as suas repletas de significados profundos ligados ao seu espaço íntimo. Nas cores vivas dos seus retratos vemos, em jeito de sonho, as suas interpretações sobretudo da mulher, como figura e representação. Além das figuras femininas, denota-se nas suas obras a sua relação com a natureza, em particular com as aves e pelo desenvolvimento de uma técnica revolucionária com a serigrafia. Não se via notada na pintura, nem no desenho e não perspectivava um futuro artístico, contudo o destino tornou-a numa das mais predominantes artistas portuguesas, marcando a arte do final do século XX e do início do século XXI. Deixou uma obra repleta de pinturas, desenhos e serigrafias que representam um talento que se manifestou suavemente. Actualmente, as suas peças estão presentes em várias coleções, nomeadamente do Museu Nacional de Arte Contemporânea, do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, na Fundação de Serralves e no Museu Amadeo de Souza-Cardoso.
19. Marina Abramovic (1946-)
Uma famosa pintora e artista da performance sérvia-americana, Marina Abramovich convida os observadores a participar na exploração dos limites da mente e do corpo. Marina Abramovich usa o seu próprio corpo como tela para enfrentar a dor e as limitações do corpo humano, no que é conhecido como body art. Marina Abramovich é reconhecida como uma das principais presenças artísticas provocativas e importantes do nosso tempo.
20. Graça Morais (1948-)
Envolvida no mistério e na surpresa, Graça Morais cria obras que transmitem ao espectador a sua memória do mundo rural, da aldeia de Vieiro em Trás-os-Montes, onde nasceu e cresceu. Numa relação entre o corpo, o pensamento e a vivência, a artista pinta com traços fortes os rostos de uma aldeia, as histórias do povo português, os seus costumes, o modo de trabalhar e o poder da maternidade. Além da pintura, criou ilustrações para livros e painéis de azulejos em vários edifícios como o Edifício da Caixa Geral de Depósitos em Lisboa, a Estação de Bielorrússia do Metropolitano de Moscovo, entre outros. Graça Morais representou Portugal na XVII Bienal de São Paulo em 1983. Em 2008, foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM) em Bragança, da autoria do arquitecto Souto Moura, que dispõe um núcleo de várias salas dedicadas à obra da pintora.